PRAIA (MINHAS IMPRESSÕES)

A grande maioria das pessoas (no Brasil, pelo menos) ADORA praia. Se pararmos para pensar, elas têm realmente muitos motivos para isso. Pensem comigo: No Brasil, temos sol e calor durante a maior parte do ano... Ponto para a praia! A paisagem, no litoral, por mais simples que seja, é no mínimo agradável... Dois a zero! Os frequentadores desse local estão sempre se divertindo, ou em busca de fazê-lo... Mais um ponto. Na praia podemos encontrar pessoas bonitas e feias, semi-nuas, sem o menor pudor. Isso é extremamente democrático e QUASE poético... Virou goleada!

Todos esses fatores, acima listado, entre outros (uns mais místicos, inclusive) fazem desse conjunto (Mar + praia + vendedores ambulantes de sunga, regatas e a cara toda melada de protetor) quase um paraíso! Certo???

É ÓBVIO que NÃO!!!

Na teoria, é sim tudo muito lindo e agradável. Mas eu não entendo como as pessoas continuam gostando desse ambiente após uma primeira experiência! Vou explicar onde quero chegar. Vocês entenderão!

É IMPOSSÍVEL que um lugar que reúne: ondas (grande quantidade de água em movimento ininterrupto), areia (micro pedras com capacidade de penetrar QUALQUER buraco) e SAL (o pior de todos), seja agradável!

Ninguém busca uma praia para trabalhar ou fazer qualquer atividade “não-relaxante”. Se o cidadão foi até um local como esse é porque, teoricamente, ele quer um poço de paz.

Ao chegar à praia, o sujeito se derrete todo com a paisagem. Isso é bom... Muito bom! Porém, toda tranquilidade acaba aí. Ao pisar na areia ele é, IMEDIATAMENTE, abordado por uma legião de “camelôs litorâneos”. Começou a chatice. Mas ainda consegue ignorar isso, afinal de contas já está acostumado a estas abordagens.

O cidadão, em sua epopéia, segue seu caminho e, depois de MUITO procurar, encontra um lugar onde pode esticar uma toalha e “horizontalizar” um pouco. (Notamos, nesse momento, que, mesmo inconscientemente, a areia sempre incomoda a todos. Caso contrário, ninguém levaria toalhas ou qualquer outro tipo de aparato para deitar em cima)

Até aí tudo PARECE ótimo. É nesse momento que nosso heroi pensa: “Poxa vida, não posso vir até aqui e não dar nenhum ‘mergulinho’!”. É nesse momento que se FODE o passeio.

A temperatura da água quase nunca é um problema. Nunca está quente demais, porém, se estiver muito fria, nós logos nos acostumamos. Os problemas são outros!

O cidadão acabou de ler um livro do Paulo Coelho. Ele entra na água buscando um contato mais íntimo com a natureza e toda sua energia. E aí que a natureza pensa: “Quer energia? Toma!”, então um volume MONSTRUOSO de água salgada com, pelo menos, um metro de altura (que, acreditem, só é pequeno para os surfistas) quebra em cima da cabeça do desgraçado. Ele fica atordoado... Não sabe direito o que aconteceu e quando está prestes a retomar a consciência... OUTRA ONDA!

Nosso amigo luta pela sua vida! Sente que vai perder. O gosto INSUPORTÁVEL de sal em sua boca não o deixa raciocinar plenamente... Ele tem que desistir!

Ele sai do mar! Completamente desnorteado, com os joelhos ralados pela areia e pelos pedregulhos do fundo. Tem sal em sua boca e por todo o corpo sem nenhuma perspectiva de deixá-lo em paz... Sua cueca está 2 quilos mais pesada e ele não consegue IMAGINAR os lugares de sua anatomia de onde tirará areia durante a semana... Só quer deitar novamente. Mas... Cadê a toalha? O vento levou!

Nesse momento ele encontra-se sentado na areia (no local onde DEVERIA estar sua toalha) muito parecido com um file à milanesa, pensando em como o trabalho será estressante semana que vem.

Começa a pensar em suas merecidas férias...

Praia grande... MERECIDAS férias na PRAIA GRANDE!